Morro de medo: regimes de mobilidades após uma década de Unidades de Polícia Pacificadora em favelas do Rio de Janeiro

Ponto Urbe

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ISSN: 19813341
Editor Chefe: Profª. Drª. Silvana de Souza Nascimento
Início Publicação: 06/08/2007
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia

Morro de medo: regimes de mobilidades após uma década de Unidades de Polícia Pacificadora em favelas do Rio de Janeiro

Ano: 2020 | Volume: 1 | Número: 28
Autores: Apoena Dias Mano
Autor Correspondente: Apoena Dias Mano | [email protected]

Palavras-chave: espaço urbano, violência urbana, virada das mobilidades, militarização, turismo Topo da página MAPA

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste artigo é demonstrar empiricamente que a análise de experiências de deslocamento cotidiano em favelas “pacificadas” evidencia desigualdades socioespaciais reproduzidas a partir de regimes de mobilidades. Como eixo articulador das reflexões, é apresentada a análise situacional de um protesto de rua contra a violência policial, ocorrida dez anos após a inauguração do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a partir da campanha “Morro de medo”. Debato as lógicas sociopolíticas que regem espaços urbanos a partir de três homicídios: o de um garçom que segurava um guarda-chuva na favela Chapéu Mangueira; o de uma turista na favela da Rocinha; e a de um jovem recém-envolvido com o tráfico de drogas na favela Santa Marta. Argumento que diferenciações sociais podem ser percebidas em territórios historicamente segregados tanto por experiências cotidianas de caminhar, quanto pelo significado reproduzido (ou não) a partir de homicídios cometidos por agentes policiais.



Resumo Inglês:

The aim of this article is to demonstrate empirically that the analysis of daily displacement experiences in “pacified” favelas highlights socio-spatial inequalities reproduced through mobility regimes. As an axis that articulates the reflections, I present a situational analysis of a street protest against police violence, which took place ten years after the inauguration of the Pacifying Police Units (UPPs) project, through the campaign “Morro de medo”. I debate the socio-political logics that governs displacements in urban spaces based on three homicides: a waiter who was holding an umbrella in favela Chapéu Mangueira; a tourist in favela Rocinha; and a young man recently involved in drug trafficking in Santa Marta favela. I argue that social inequalities can be perceived in territories historically segregated both by everyday experiences of walking, and also by the meaning reproduced (or not) from homicides committed by police officers.