Introdução: A experiência da perda de um filho jovem repercute em toda unidade familiar, especialmente, na figura da mãe que não espera lidar com a situação da morte filial. Assim, quando se enfoca a relação mãe-filho, na perspectiva da perda, observa-se a tradução do sofrimento iminente e sentimentos difusos que são vivenciados intensamente em busca da ressignificação.
Objetivo: O presente estudo visa compreender o sentido e significado da perda de um filho pela ótica das mães que vivenciaram o momento do diagnóstico da morte encefálica e autorizaram a doação de órgãos.
Métodos: A pesquisa é qualitativa com aplicação do método fenomenológico, utilizando como instrumento a entrevista fenomenológica com cinco mães de filhos que estavam na faixa etária entre 10 a 19 anos no período de 2012 a 2013 no estado do Amazonas.
Resultados: O desvelamento das narrativas indicou o constructo fenomenológico: a morte perpassa o mundo-vivido da mãe, que descreve a dificuldade de lidar com a morte, o momento da confirmação da perda e a experiência do luto, como marcas profundas na trajetória do ser-mãe. Entretanto, emerge na discursividade o viés da doação de órgãos que agrega à mãe a possibilidade de vivenciar o luto não apenas na inexistência do filho, mas estar no lugar da permanência em outro corpo que não está em seu campo de experiência.
Conclusão: Os resultados apontam para reflexões de novas práticas humanizadas nas unidades de saúde, a fim de amenizar o impacto da comunicação da morte com o estabelecimento de um protocolo para acolhimento familiar como suporte a dor vivenciada para ressignificar esse momento de perda.
Introduction: The experience of a young child’s loss repercuts on the whole family unit, specially for the mother figure, who does not expect that will have to deal with the death of her offspring. Thus, when the mother-child relationship is focused on the perspective of loss, one can observe the translation of iminent suffering and diffuse feelings that are intensely experienced in the search for re-signification.
Objective: The present study aims to understand the meaning of the loss of a child from the mother’s point of view who experienced the diagnosis of brain death and authorized organ donation.
Methods: The present study aims to understand the meaning of the loss of a child from the mother’s point of view who experienced the diagnosis of brain death and authorized organ donation.
Results: The unveiling of the phenomenological narrative indicated the phenomenological construct: Death pervades the living-world that describes the difficulty of dealing with death, the moment of confirmation of loss, and the experience of mourning, as profound marks in the trajectory of the being-mother. However, it emerges in the discursiveness through the organ donation view that gives the mother the possibility of mourning the inexistence of the child but also its permanence in a body that is out of her experience range.
Conclusion: The results point to reflections about new humanized practices in the health units. In order to reduce the impact of death communication with the establishment of a protocol for family care, which serves as a support system for families that experience the pain of loss and for re-signification of the moment of loss