MOTIVOS DE ASSOMBRAÇÃO E RUÍNA: MURILO MENDES E OURO PRETO

Anuário De Literatura

Endereço:
Pós-Graduação em Literatura - Centro de Comunicação e Expressão - Campus Universitário - Trindade - Florianópolis
Florianópolis / SC
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Telefone: (48) 3721-9582
ISSN: 21757917
Editor Chefe: NULL
Início Publicação: 30/11/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

MOTIVOS DE ASSOMBRAÇÃO E RUÍNA: MURILO MENDES E OURO PRETO

Ano: 2008 | Volume: 13 | Número: 1
Autores: George França
Autor Correspondente: George França | [email protected]

Palavras-chave: murilo mendes, modernismo, barroco

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O texto performa um enigma a partir da publicação, em 1951, na revista Anhembi, do
ainda inédito Motivos de Ouro Preto, que depois comporia o volume Contemplação de Ouro
Preto, publicado em 1954 através do Serviço de Documentação do Ministério da Educação e
Cultura. A edição sob auspício governamental, somada ao fato de que o volume vem ilustrado
por fotos de Humberto Moraes Franceschi e Erich Hess, nos leva a pensar as relações já
adiantadas do Modernismo com o Estado no sentido da preservação do patrimônio. O poema se
inscreve, junto com outras imagens, portanto, na documentação e na transformação das forças
da torção barroca em formas. Trata-se, pois, de investigar as relações entre um modernista, o
Estado e o Barroco mineiro, para propor, a partir daí, uma leitura a contrapelo, que encontre,
dentro de uma obra facilmente identificável ao autonomismo, os espectros que o assombram e,
assinalando a morte de Deus (e por conseguinte dos valores absolutos), problematizem as
leituras estatais dessa produção documental, turística e patrimonializadora dentro da poética
muriliana.



Resumo Inglês:

This text performs an enigma based in the first publication of the poem Motivos de
Ouro Preto in 1951 at the Brazilian review Anhembi. After, the poem was included in the book
Contemplação de Ouro Preto, published in 1954 by the Documentation Service of the Brazilian
Ministry of Education and Culture. The edition under government auspice, and the fact that the
book was illustrated with photographs by Humberto Moraes Franceschi and Erich Hess make us
think about the advanced relations between Modernism and State for the patrimony’s
preservation. The poem inscribes itself, with other images, therefore, in the documentation
proceedings and in the transformation of baroque torsion forces into forms. The essay tries to
brush these texts against the grain and find, inside a work easily identifiable to autonomism, the
specters that haunts it and, marking God’s death (and consequently the death of the absolute
principles), entangle the statal reading of this documental, tourist, and patrimonialist production
inside Murilo Mendes’ poetic.