Estudos socioantropológicos vêm descrevendo as dinâmicas dos movimentos estudantis nas últimas décadas no Brasil, onde as experiências de opressão social se articulam com a atuação política intra e extra institucional. O presente artigo analisa as pautas produzidas por uma entidade universitária vinculada ao curso de serviço social, entre 2018 e 2020, acerca das questões de gênero e sexualidade. O corpus empírico da pesquisa foi integrado por documentos digitais e entrevistas com ex--integrantes da entidade. Nas pautas analisadas, o aborto e o reconhecimento das identidades de gênero e sexualidades têm destaque, tendo como pano de fundo o acirramento do conservadorismo no Brasil.
Social anthropological studies have been mapping the dynamics of student movements in Brazil in the last decades, in which experiences of social oppression articulate with political participation both within and outside institutional context. The present article analyzes the agendas produced by a student organization linked to the college department of Social Services, between 2018 and 2020, touching upon issues of gender and sexuality. The empirical corpus of this research is constituted of digital documents and interviews with former members of the organization. In the agendas analyzed, themes such as abortion, sexuality and gender identities stand out, as a consequence of a growing conservative movement in Brazil.