O artigo discute o processo de formação e implementação de diferentes agendas de políticas públicas na área dasegurança pública. O caso em análise é o Rio de Janeiro no período 1982-2006. O argumento teórico é que correntes deopinião (sejam elas qualificadas ou do público) são fundamentais para o sucesso das agendas. Segundo Kingdon (1984),as lideranças que disputam o controle de uma determinada área investem recursos para garantir um enquadramentofavorável do problema público, com a visão antecipada de que as soluções apresentadas poderão ser apoiadas comomais factíveis e eficazes para resolver aquele problema específico. Isto significa dizer que o diagnóstico do problemadepende, quase sempre, da solução disponível. Agendas são, portanto, correntes que fluem em uma determinadadireção e janelas de oportunidade se abrem para os seus agentes promotores, sempre que o enquadramento doproblema e o apoio político fluírem nessa mesma direção. O artigo analisa como essa hipótese pode ser útil para aanálise das disputas em torno das agendas de segurança pública no Rio de Janeiro.