Este trabalho tem como objetivo invadir o Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus e evidenciar a importância do gênero feminino na década de 60 e a representação do corpo descrita nesta obra marcada pela miséria e a exclusão, mas rica em detalhes e conhecimento demonstrados pela autora. O estudo se justifica pela significância de interação entre história, literatura, sociologia e gênero, e tende a despir toda a imagem estereotipada da mulher periférica num Brasil que vivenciava momentos conflitantes na política e na vida social. A metodologia aplicada foi a bibliográfica, tendo como embasamento teórico Bauman (2005), Hall (2006), Pinsky (2012), Souza (2004) entre outros estudiosos. Por fim, os resultados percebidos foram que na obra literária autobiográfica de Carolina, há a exposição de um grupo social que esteve invisibilizado, vivendo à margem de nossa sociedade, sofrendo por exclusões sociais, econômicas. E a autora evidencia a utilização do corpo como forma de manifestação contra as violências sofridas por mulheres negras, pobres, além das pessoas em situação periférica.