A presente pesquisa avalia a inserção da mulher no sistema fabril nas primeiras décadas do século XX no estado de São Paulo. A sociedade paternalista e machista do início do século XX disseminava uma moral feminina elevada nos moldes da classe burguesa, que perpetuava a representação da mulher frágil e dependente do amparo masculino. Com este modelo de mulher seria teoricamente mais fácil de domesticar o trabalhador, que com influências europeias já começavam a trazer ao Brasil a luta de classes. Com inspiração muitas vezes anarquista as mulheres negam o estereótipo construído para o gênero e saem às ruas para denunciar a exploração vivida e exigir seus direitos. Deste modo, a partir dessas considerações, a presente pesquisa analisa as seguintes questões: Como se deu a participação das mulheres no processo de industrialização e modernização da cidade de São Paulo na década de 1910? Como o jornal O Estado de S. Paulo representava a mulher em momentos de conflito no mundo do trabalho na cidade em transformação? Qual a inserção da mulher no universo do trabalho remunerado na década de 1910? Quais notícias eram veiculadas sobre a relação mulher/trabalho no jornal?