Este artigo aprofunda as contribuições de Edith Stein (1891-1942), filósofa contemporânea e discípula de Edmund Husserl (1859-1938) que seguindo a via traçada por seu mestre, com seu método fenomenológico, aponta para a “essência das coisas” e propõe uma antropologia filosófica do ser humano. Discute-se no decorrer do trabalho sob a ótica do pensamento de Edith Stein, os significado ontológicos de natureza e essência da mulher, a forma feminina de abordagem das questões relacionadas com o “mundo-da-vida” e o papel da mulher na “comunidade”. Enfatiza-se, a posição de Edith Stein diante dos movimentos feministas e pedagógicos, sua inserção nos movimentos culturais e sociais, sua relevância na escola fenomenológica e originalidade no uso do método fenomenológico no estudo da pessoa humana em suas variadas dimensões. Destaca-se também sua capacidade de transitar nas diversas áreas do saber, sua reflexão sobre a condição da mulher na problemática da intersubjetividade na perspectiva ético-social e jurídico-política. O esforço de Edith Stein com seus estudos, conferências e sua inserção nos movimentos feministas consiste em mostrar o papel fundamental da mulher nos vários segmentos da sociedade e, além disso, nos mais variados campos profissionais. Suas ideias apresentam-se como revolucionárias para a época, pois o espaço da mulher era o privado e não o público, faltando-lhe o pleno direito de inserção na sociedade. Edith Stein, diversamente dos movimentos feministas que reivindicavam os direitos de inserção na sociedade, afirma que nenhuma solução é possível para o problema da mulher se antes não se repensa o papel do homem também, ou seja, se antes não se analisam as características peculiares dos dois sexos. Trata-se, portanto, de analisar a perspectiva fenomenológica de Edith Stein no estudo do ser humano como um sujeito masculino/feminino, situando-nos assim no interior dos estudos de gênero que nasceram com o intuito de analisar, sobretudo a dimensão feminina.
This article deepens the contributions of Edith Stein (1891-1942) , contemporary philosopher and disciple of Edmund Husserl (1859-1938) that followed the path outlined by his master , his phenomenological method , points to the " essence of things " and proposes a philosophical anthropology of the human being . It is argued in this work from the perspective of the thought of Edith Stein , the ontological meaning of nature and essence of the woman, the feminine form of addressing issues related to the " life -world " and the role of women in " community " . It emphasizes the position of Edith Stein before the feminist and pedagogical movements , their inclusion in the cultural and social movements , their relevance in the phenomenological school and originality in the use of the phenomenological method in the study of the human person in its various dimensions . Also noteworthy is his ability to move in various areas of knowledge , its reflection on the status of women in the problem of intersubjectivity in socio-ethical and legal- political perspective . The effort of Edith Stein with his studies , conferences and its insertion in the feminist movement is to show the key role of women in the various segments of society and, moreover , in various professional fields . His ideas are presented as revolutionary for the time, because the woman space was private and not the public , lacking the full right to inclusion in society . Edith Stein , unlike the feminist movements that claimed the rights to reintegrate into society , said that no solution is possible for the woman's problem is not before rethinks the role of man also , that is, if not before analyzing the peculiar characteristics of two sexes . It is, therefore, to examine the phenomenological perspective of Edith Stein in the study of the human being as a male / female subject , placing us well within gender studies who were born in order to analyze , especially the feminine dimension .