“As mulheres do meu pai”, sexto romance do escritor angolano José Eduardo Agualusa, publicado no ano de 2007, narra duas viagens ocorridas em simultâneo e imbrincadas: a viagem da protagonista Laurentina aos caminhos percorridos por Faustino Manso, seu recém-descoberto pai biológico; e a viagem do narrador, um escritor convidado a fazer um roteiro para um filme, que sonha e delineia a viagem de Laurentina; uma recriação ficcional da viagem realizada pelo próprio Agualusa pela África Austral. Mais que de um exemplo de narrativa de viagens, o presente trabalho objetiva aproximar a obra ao gênero cinematográfico de road movie, destacando mais uma estratégia do autor na composição de seu universo ficcional, já reconhecido pelo uso de estratégias textuais como a sobrevida de personagens, a metaficção, sobretudo em seus aspectos intertextuais, e a adaptação de elementos factuais da história angolana. Para tal, baseamo-nos, primordialmente, nos estudos de Umberto Eco acerca dos “bosques da ficção”; de Shuichi Kato acerca as noções de tempo e espaço; e Linda Hutcheon acerca da metaficção e da adaptação; além de entrevistas e textos jornalísticos que nos auxiliam na compreensão de sua simbiótica construção narrativa.
“As mulheres do meu pai”, the sixth novel by the Angolan writer José Eduardo Agualusa, published in 2007, narrates two journeys that happen simultaneously and which are intertwined: the leading character’s trip, Laurentina, that treads the paths taken by Faustino Manso, her recently unveiled biological father; and the narrator’s trip, a writer who is invited to create a script to a film, that dreams and outlines Laurentina’s trip; a fictional remaking by Agualusa’s own trip to Southern Africa. More than an example of travel literature, this work aims to bring the literary work closer to the cinematographic genre of road movie, highlighting one more strategy of the author, already well known for textual strategies such as characters survival, metafiction and Angolan history’s factual elements adjustments. To do so, we base this work, mainly, in Umberto Eco’s studies about “woods of fiction”; Shuichi Kato’s research about notion of time and space; and Linda Hutcheon’s about metafiction and adaptability; furthermore, there are interviews and journalistic articles that help our understanding of its symbolic narrative construction.
“As mulheres do meu pai”, sexta novela del escritor angoleño José Eduardo Agualusa, publicada en el año 2007, narra dos viajes ocurridos en simultáneo e imbricados: el viaje de la protagonista Laurentina a los caminos recorridos por Faustino Manso, su recién descubierto padre biológico; y el viaje del narrador, un escritor invitado a hacer un guión para una película, que sueña y delinea el viaje de Laurentina; una recreación ficcional del viaje realizado por el propio Agualusa por África Austral. Más que de un ejemplo de narrativas de viajes, el presente trabajo tiene por objetivo acercar la obra al género cinematográfico de road movie, señalando una estrategia más del autor en la composición de su universo ficcional, ya reconocido por el uso de estrategias textuales como la sobrevida de personajes, la metaficción y la adaptación de elementos factuales de la historia angoleña. Para tal, nos basamos, primordialmente, en los estudios de Umberto Eco acerca de los “bosques narrativos”; de Shuichi Kato acerca de las nociones de tiempo y espacio; y Linda Hutcheon acerca de la metaficción y de la adaptación; además de entrevistas y textos periodísticos que nos auxilian en la comprensión de su simbiótica construcción narrativa.