Este texto configura-se como um recorte da pesquisa de doutorado que vem sendo realizada na Faculdade de Educação da UFMG e que apresenta como objeto de estudo o acesso aos elementos da cultura escrita e a inserção social feminina em Minas Gerais nos séculos XVIII e inÃcio do XIX. Questão candente, mas ainda pouco investigada na História da Educação, os saberes femininos no contexto colonial podem elucidar aspectos fundamentais da configuração e dinâmica social. Nossa investigação objetiva evidenciar como a apreensão de elementos da cultura escrita possibilitou a construção de estratégias de negociação com as instâncias representativas de poder e demonstrar como o acesso a esses saberes imprimiu marcas e gerou transformações na configuração colonial. Para tanto, seguimos as orientações teóricas da História Cultural e da História Social. Elegemos para nossa investigação as fontes manuscritas que compõem o acervo do Arquivo Histórico Ultramarino. São documentos relativos a Minas Gerais que foram digitalizados e estão disponÃveis para consulta no Arquivo Público Mineiro em Belo Horizonte. Além dessa documentação, utilizamos os inventários e testamentos contidos no Arquivo Casa Borba Gato do Museu do Ouro/IPHAN (Sabará) referente ao perÃodo de 1750 a 1800.