No presente artigo, investigamos a atuação polÃtica da Bamidelê - Organização de Mulheres Negras na ParaÃba. Trata-se de uma organização de feministas negras que desenvolve ações antirracistas e antissexistas visando transformações nas relações de poder e asseguramento de direitos de cidadania. Primeiro, buscamos compreender a formação e o desenvolvimento do movimento feminista negro no Brasil ocorrido nos últimos trinta anos. Em seguida, analisamos uma ação polÃtica da referida organização paraibana, a Campanha de Identidade Racial denominada Morena, não. Eu sou negra!, que teve como objetivo tornar visÃvel as mulheres negras como sujeito polÃtico, afirmar a identidade racial e empoderar mulheres, crianças e homens negros, visando o fortalecimento da luta antirracista no contexto brasileiro. Para tanto, dialogamos com os estudos de Roland (2000), Carneiro (2003), Moreira (2011), Ribeiro (2004) e Santos (2009), que nos proporcionaram conhecimentos acerca do protagonismo de mulheres negras e das relações raciais, assim como orientaram nossas análises qualitativas, que contaram também com fontes históricas para expor a produção de conhecimentos no interior do ativismo de mulheres negras.
 In this article, we investigate the political activity of Bamidelê: Black
Women’s Organization in ParaÃba, an organization of black feminists that
develops anti-racist and antisexists actions, aiming to change the relations
of power and to assure citizenship rights. In this sense, first we seek to
understand the formation and development of the black feminist movement
in Brazil, occurred in the last thirty years. Then, we examine a political action
conducted by the referred organization, the racial identity campaign entitled Morena, não. Eu sou negra! (I am not brunette. I am Black!), which aimed to
make visible Black women as political subjects, affirm the racial identity and
empower women, children and Black men. For this purpose, we dialogue with
Roland (2000), Carneiro (2003), Moreira (2011), Ribeiro (2004), Santos
(2009), whose reflections have provided us knowledge about the role of Black
women and racial relations, as well as guided our qualitative analysis which also
relied on historical sources to expose the production of knowledge within the
activism of Black women.