MULHERES PORTADORAS DE TRANSTORNOS MENTAIS: UM ESTIGMA SOCIAL?

Perspectivas online: biológicas e saúde

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ISSN: 22368868
Editor Chefe: Maria das Graças Machado Freire
Início Publicação: 30/04/2011
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

MULHERES PORTADORAS DE TRANSTORNOS MENTAIS: UM ESTIGMA SOCIAL?

Ano: 2012 | Volume: 2 | Número: 7
Autores: Ana Flávia Lautenschlager Moré, Wendy Ann Carswell
Autor Correspondente: Ana Flávia Lautenschlager Moré | [email protected]

Palavras-chave: Estigma; Transtornos mentais, Mulheres

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Apesar da emancipação da mulher brasileira, ela permanece sobre a ótica cerrada dos homens e da
sociedade. Desse modo, ser mulher e portadora de um transtorno mental acarretaria frequentemente atitudes negativas. Assim, resolveu-se realizar um estudo descritivo, com uma análise quantitativa de dados. O objetivo foi identificar junto às mulheres portadoras de transtornos mentais evidências de estigma social. Foi realizado em uma instituição de ensino superior no interior paulista e todos os preceitos éticos da resolução 196/96 foram acatados. A amostra foi de 100 mulheres de 17 a 61 anos e destas, 38 sofreram de algum transtorno mental. O diagnóstico do transtorno em 23 mulheres foi realizado por médicos clínicos e apenas 5 por psiquiatras, com uma prevalência maior 56%, de transtornos ansiosos. Em relação ao preconceito, 89% afirmaram que existe, enquanto apenas 11% negaram. Sobre as alterações comportamentais decorrentes da doença, 40% confirmaram ter ocasionalmente algumas, enquanto 27% apresentaram alterações frequentemente. Quanto ao tratamento medicamentoso somente 18% usaram e apenas 3% participam de algum grupo de saúde da mulher na rede básica. Portanto, 85%, acreditam que ter um transtorno mental é relevante para que a mulher não seja respeitada. Concluiu-se que a baixa adesão das mulheres nestes programas pode ser devido à incompreensão quanto à doença mental e a imagem estigmatizada. No entanto, mais preocupante ainda são os diagnósticos feitos por clínicos ao invés de médicos psiquiatras culminando em dosagens de psicotrópicos e tratamentos ineficazes.