O presente artigo é fruto de algumas reflexões da pesquisa realizada com mulheres que se identificam como lésbicas, com idades acima de 19 anos e residentes na cidade de Porto Alegre. O objetivo deste estudo é conhecer o processo de reconhecer-se lésbica e a vivência desta orientação sexual, bem como conhecer a percepção das participantes frente à visibilidade ou invisibilidade dessa orientação sexual na família e na sociedade. Utiliza-se nesta pesquisa, o enfoque dos estudos de gênero apoiados em teorias pós-estruturalistas. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas narrativas que, após serem transcritas, foram submetidas à análise de discurso. Os resultados apontam que assumir para si mesmas seus desejos sexuais por outra mulher envolve um processo de lutas e negociações entre as pressões externas e resistências internas; consideram necessário ultrapassar as experiências de invisibilidade a família e na sociedade, almejando serem respeitadas em seus direitos enquanto pessoas e cidadãs. Por fim, são feitas sugestões quanto à realização de intervenções psicossociais que visam promover o empoderamento destas mulheres.