Não basta abrir a janela...* Reflexões sobre alguns efeitos dos discursos médico e jurídico nas (in)definições da transexualidade

Anuário Antropológico

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Telefone: (61) 3107-7299
ISSN: 1024302
Editor Chefe: Kelly Silva
Início Publicação: 30/06/1976
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Antropologia

Não basta abrir a janela...* Reflexões sobre alguns efeitos dos discursos médico e jurídico nas (in)definições da transexualidade

Ano: 2010 | Volume: Especial | Número: 1
Autores: Flavia B. Teixeira
Autor Correspondente: A. S. Lobo | [email protected]

Palavras-chave: Transexualidade; Direito e Autonomia; Sexualidade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Nesse artigo problematizo os discursos médico e jurídico, tendo como ponto de partida os processos de pessoas (transexuais) inscritas no Programa de Transgenitalização coordenado pela Promotoria de Justiça de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, que possuía o objetivo de autorizar e viabilizar a cirurgia de transgenitalização. Questiono os efeitos desse emaranhado imaginário – cujos conteúdos recobrem as percepções da sexualidade feminina/masculina, a compreensão do direito das pessoas (transexuais) sobre seus próprios corpos, bem como dos significados atribuídos ao gênero – que atravessa de diferentes maneiras e intensidades as práticas/discursos e é forjado para que práticas institucionais sejam justificáveis, ainda que fujam das expectativas éticas, morais ou legais. Argumento que o silenciamento sistematicamente imposto às/aos envolvidas/os, nos processos (que permanecerá nas Resoluções e Portarias) denuncia a ausência da autonomia do sujeito para falar de si mesmo.