O presente artigo se constitui como uma pesquisa etnográfica sobre o consumo de bebidas alcoólicas entre uma rede de indivÃduos que frequenta cotidianamente o mesmo bar, de caráter popular, localizado na cidade de Porto Alegre. Este estudo objetivou compreender as permissões e as transgressões que conformam as maneiras de beber dessas pessoas, bem como os valores que sustentam tais noções. O texto parte da conjuntura em que o consumo alcoólico é praticado nesse campo, de modo a se centrar no significado do bar para seus frequentadores e na qualidade de suas relações sociais. Constata-se que essa sociabilidade, ao denotar um pertencimento em relação ao bar e ao transcender o consumo de bebidas alcoólicas, é um valor fundamental para as maneiras de beber ali vigentes, definindo os modos positivos e negativos dessa prática. Por fim, trata-se das exclusões e das inclusões sociais que decorrem do consumo alcoólico nessa sociabilidade e conclui-se, então, que essas pessoas possuem suas próprias concepções sobre o consumo de bebidas alcoólicas, as quais constroem a partir de elementos que lhes são significativos.
This paper is constituted of an ethnographic research about the consumption of alcoholic beverages between a network of individuals who customarily frequents the same bar, a popular establishment located in Porto Alegre. This study intended to understand the permissions and the transgressions that configure the drinking for these people, as well as the values that sustain such notions. The paper initiates from the context in which alcohol consumption is practiced, focusing on the meaning of the bar for their customers, and in the quality of their social relations. This sociability was considered, due to denote belonging in relation to the bar and to transcend the consumption of alcoholic beverages, a fundamental value for alcoholic drinking, defining positives and negatives modes for that practice. In the end, the focus was social inclusions and exclusions that result from the consumption of alcoholic beverages in this sociability. The conclusion was that these people have their own conceptions of the consumption of alcoholic beverages, which are built from elements that are significant to them.