A hipótese primária deste trabalho é de que o racismo permeia e define todas as relações sociais no país, desta forma, o Serviço Social e os Assistentes Sociais não podem ser percebidos fora do prisma mais amplo desse contexto social alienante. Esta realidade tem um impacto negativo na produção do conhecimento na área, bem como, na ausência do debate no paradigma e teorias que alicerçam a profissão. Dentre as categorias de análise da realidade social destacamos a questão social por ser entendida como a própria razão da existência e surgimento do Serviço Social enquanto profissão. Assim, acreditamos que o conceito de questão social mais frequentemente utilizado pelo Serviço Social não inclui os processos históricos que envolvem a população negra. Defendemos, portanto, conforme a perspectiva de Octávio Ianni a existência de uma questão social latente a partir do Brasil Colônia, não podendo a questão racial ser entendida como umas das expressões da questão social. Quanto ao marxismo – teoria que embasa a profissão – foi adulterado e mascarado numa determinação de classe, mas na realidade abre a possibilidade se pensar raça/etnia sem hierarquização.