A prática de enfeitar as ruas para receber o sagrado manifesto remonta ao uso de oferendas ao divino e na representação do drama social. Os antigos tapetes eram ornamentações de cunho popular, realizadas como meio expressivo de crenças religiosas na Europa. Em períodos medievais tal prática contextualizava relações diretas entre a dádiva e a retribuição, estabelecendo influências no uso de calendários agrícolas para a manutenção e prática dessas tradições. Esse objeto (tapete) evidencia especificidades próprias da sociedade que o construiu. Prepara o caminho ao sagrado, contudo, numa via constituída por um meio efêmero, fugaz. Ele retrata de maneira primorosa o entendimento da comunidade sobre o rito, e por sua vez, sobre a festa. A partir de experiências antropológicas em campo foram observadas as feituras dos tapetes de serragens, que ornamentam a via da procissão na festa de Corpus Christi, em Sabará/MG.