NACIONAL E COSMOPOLITA, ARCAICO E MODERNO: O BRASIL PELAS LENTES DOS CINEASTAS "PAULISTAS DO ENTRE-LUGAR"

Sociologias Plurais

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ISSN: 23169249
Editor Chefe: Patricia dos Santos Dotti do Prado
Início Publicação: 05/10/2012
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: História, Área de Estudo: Sociologia

NACIONAL E COSMOPOLITA, ARCAICO E MODERNO: O BRASIL PELAS LENTES DOS CINEASTAS "PAULISTAS DO ENTRE-LUGAR"

Ano: 2012 | Volume: Especial | Número: 1
Autores: Caroline Gomes Leme
Autor Correspondente: Caroline Gomes Leme | [email protected]

Palavras-chave: Cinema brasileiro, Tradição e modernidade, São Paulo - anos 1960 e 70

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Intentamos lançar um olhar sociológico sobre a filmografia de um conjunto de cineastas “paulistas” (leia-se estabelecidos em São Paulo) que ao longo das décadas de 1960 e 1970 estiveram situados numa espécie de “entre-lugar”, tendo, de um lado, o Cinema Novo como principal referência estética e cultural e, de outro, as condições de produção cinematográfica que se apresentavam em São Paulo, as quais passavam em larga medida pela chamada Boca do Lixo paulistana, lócus de produção eminentemente comercial. Ingressados na vida adulta antes do golpe de 1964, oriundos dos meios universitários e com tendências políticas de esquerda, os cineastas Roberto Santos, Luiz Sérgio Person, Maurice Capovilla, Sérgio Muniz, João Batista de Andrade, Francisco Ramalho Jr. e Renato Tapajós compartilhavam com os cinemanovistas um “caldo de cultura” comum e não se identificavam organicamente a núcleos de cineastas que produziam em São Paulo, como os “universalistas” Rubem Biáfora, Walter Khouri e Flávio Tambellini ou os jovens do Cinema Marginal. No entanto, situados na metrópole paulistana e sem desfrutar do mesmo prestígio e influência dos cineastas que compunham o núcleo duro do Cinema Novo, esses “paulistas do entre-lugar” realizaram seus filmes sob condições de produção diferenciadas, legando um conjunto de obras temática e estilisticamente heterogêneo. Nosso intuito é lançar luz sobre essa filmografia, analisando as interpretações do Brasil que daí emergem, seja quando se coloca em tela o Brasil “profundo”, rural, com elementos tradicionais e arcaicos – como em A hora e a vez de Augusto Matraga (1965) e Um anjo mau (1971), de Roberto Santos; Terra dos Brasis (1971) de Maurice Capovilla e nos filmes de Sérgio Muniz para a Caravana Farkas – seja no agudo retrato da modernidade urbana capitalista, com destaque para a abordagem crítica da questão do trabalho e da indústria cultural, como em São Paulo S.A. (Luiz Sérgio Person,1965); Bebel, garota propaganda (Maurice Capovilla, 1967); Anuska, manequim e mulher (Francisco Ramalho Jr.,1968); O filho da televisão (João Batista de Andrade,1969); Fim de semana (Renato Tapajós,1976) e O homem que virou suco (João Batista de Andrade,1979).