Vivemos o século do nacionalismo e, paradoxalmente, do individualismo. O pensamento sobre a coletividade e o sujeito invade as reflexões das ciências sociais dos últimos 100 anos, principalmente após o boom da psicanálise e do marxismo. Metodologicamente, a necessidade de as ciências sociais serem consideradas ciências, em comparação com as ciências naturais e seu método, gerou uma impossibilidade de pensar a realidade fora de seus aspectos racionais. A proposta de este artigo é pensar o nacionalismo cívico, a partir das experiências da Catalunha e do Quebec, para fazer uma proposta teórico-metodológica que, na encruzilhada entre a sociologia, a antropologia, a ciência política e a história, nos permita pensar este fenômeno tão atual de uma maneira mais profunda. O nacionalismo não se desenvolve apenas por instituições políticas, mas é, principalmente, uma experiência cotidiana, uma forma de fazer e pensar a nossa identidade: a nação é pensada, mas principalmente é vivida, dançada, sentida.
We live in the century of nationalism and, paradoxically, of individualism. The last 100 years can be reread as the problem of the subject and their communities, principally after the boom of marxism and psychoanalysis. Methodologically, social sciences were too worried about their scientific status, in comparison with the natural sciences and their method, and that has made really difficult for us to think outside the rational aspects, considered not scientific. This article proposes to think the civic nationalism, over the Catalan and Quebec experiences, and to propose a theoretical and methodological approach that is enriched by the proposals of sociology, anthropology, 88Pablo GioriTemáticas, Campinas, 22, (44): 87-112, ago/dez. 2014political sciences and history. This new proposal allows us to think the rational and also other aspects of nationalism that are usually neglected. Nationalism is not only developed by the political institutions but also is an everyday experience, a way to do and to think our identity: we think the nation, but we mainly live it, we dance it, we feel it.