O artigo discute o ethos da ação interpretativa na realização do filme etnográfico e, a partir dela, a natureza do trabalho com imagens na pesquisa social. Compreendendo essa ação interpretativa como um processo diegético, procura-se refletir sobre a validade do método interpretativo, sobre a relação polÃtica que ele mantém com a realidade e com sua própria eficácia. Em termos gerais, o artigo opõe a narrativa diegética à narrativa, por assim dizer, dialética. A primeira reproduz um padrão narrativo hermenêutico, ou melhor, compreensivo e interpretativo. A segunda, por sua vez, está centrada na exigência de uma vigilância epistemológica da imagem, um exigência da ordem da descrição, necessariamente objetivista.