Neste artigo, buscamos compreender de que modo a poética antropofágica promovida por Baby do Brasil ao mesclar elementos culturais díspares – considerados sagrados e profanos – é apreendida nas narrativas jornalísticas de dois segmentos: o da imprensa especializada no universo da cultura gospel; e o da imprensa denominada secular, por não se pautar especificamente por nenhuma religião. Para tanto, utilizamos a análise de conteúdo (BARDIN, 2011), com base teórica em Oswald de Andrade, Magali Cunha, Muniz Sodré, entre outros. Indicamos como rara a apreensão da mistura realizada por Baby do Brasil, pois que demanda a compreensão – possível somente na abertura ao diferente por meio da aceitação de sua complexidade (MARTINO, 2014) – não somente das culturas que se imbricam, mas também do próprio processo antropofágico.
In this article, we seek to understand how the anthropophagic poetics promoted by Baby do Brasil by mixing disparate cultural elements is captured in the journalistic narratives of two segments: the specialized press in the universe of gospel culture; and that of the so-called secular press, because it is not specifically governed by any religion. For that, we use the content analysis, with theoretical basis in Oswald de Andrade, Magali Cunha, Muniz Sodré, among others. We point out how rare the apprehension of the mixture made by Baby of Brazil, since it demands the understanding not only of the cultures that are interwoven but also of the own anthropophagic process.