NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS: O QUE DIZEM AS PROFESSORAS DA REDE MUNICIPAL DE PONTA GROSSA SOBRE UM ENSINO QUE PROMOVA O LETRAMENTO RACIAL CRÍTICO

O presente artigo é um recorte da dissertação de mestrado e tem por objetivo

discutir sobre a importância do trabalho docente na (re)construção da identidade

racial da criança, a partir do uso de práticas pedagógicas em uma perspectiva de

Letramento Racial Crítico. As perguntas de pesquisa que responderemos são: As

professoras conseguem perceber, por meio da escrita de narrativas autobiográficas,

como que as crianças se identificam racialmente e reagem à identidade racial do

outro no cotidiano escolar? Essas narrativas contribuem para que essas professoras

compreendam a importância de discutir sobre raça em sala de aula, na perspectiva

do Letramento Racial Crítico? Para responder a essas duas perguntas, iniciamos a

discussão com uma revisão teórica sobre o tema e, em seguida, apresentamos algumas

reflexões a partir da análise de narrativas autobiográficas de três professoras do

Ensino Fundamental I, da rede municipal da cidade de Ponta Grossa. Para tanto,

consideramos autores como: Ferreira (2015), Uwe (2009), entre outros. A partir

dessa análise, os resultados obtidos nas narrativas autobiográficas das professoras

apontam que é possível encontrar em sala de aula atitudes e discursos racistas, no

entanto, nem sempre perceptíveis pelo/a professor/a. Nesse sentido, as narrativas

autobiográficas contribuem para que o professor reflita sobre sua prática em sala de

aula, a necessidade de discutir sobre raça e a importância da formação continuada a

respeito das questões raciais, visto que a interação professor-aluno de forma reflexiva

é uma das possibilidades de combate ao racismo.

This article is a part of the master’s dissertation and aims to discuss the

importance of teaching work in the (re) construction of children’s racial identity,

based on the use of pedagogical practices in a Critical Racial Literacy perspective. The

research questions that we will answer are: Can the teachers understand, through the

writing of autobiographical narratives, how children identify themselves racially and

react to the other’s racial identity in daily school life? Do these narratives help these

teachers understand the importance of discussing race in the classroom from the

perspective of Critical Racial Literacy? To answer these two questions, we start the

discussion with a theoretical review about the topic and then present some reflections

from the analysis of autobiographical narratives of three elementary school teachers

from the municipal network of Ponta Grossa. Therefore, we consider authors such as:

Ferreira (2015), Uwe (2009), among others. From this analysis, the results obtained

in the teachers’ autobiographical narratives indicate that it is possible to find racist

attitudes and discourses in the classroom, however, not always noticeable by the

teacher. In this sense, autobiographical narratives contribute for the teacher to reflect

about his/hers classroom practice, the need to discuss about race and the importance

of continuing education regarding racial issues, since the teacher-student interaction

in a reflective way is one of the possibilities to fight racism.

UniLetras