Esse artigo aborda narrativas de crianças camponesas. O contexto extensionista e investigativo se deu no entorno de uma escola da rede pública no interior da região sul do Rio Grande do Sul. Os colaboradores são quatorze crianças na faixa etária de 09 a 11anos de idade os quais produziram narrativas de suas experiências da vida e de seus vínculos com a agricultura familiar característica do local. Os Estudos da Criança (SARMENTO, 2004; 2005; 2007) e da Sociologia da Infância (CORSARO, 2011), são campos teóricos eleitos para problematizar as crianças do presente e suas potencialidades como atores sociais,(re)produtores de cultura que interpretam de forma criativa e inventiva a realidade constitutiva de seus cotidianos. As narrativas das crianças revelam potentes pistas para pensarmos na visibilidade de suas experiências campesinas. Reforçam e instigam pesquisadores e educadores a atentarem em seus processos investigativos e educativos aos significados que constroem às suas realidades das infâncias desses espaços. Conclui-se que a infância ganha voz e visibilidade quando são ofertados espaços de escuta ao que dizem e pensam sobre suas culturas e saberes locais.