Narrativas de Egressos da Prisão e Discursos Midiáticos Sobre Criminalidade

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ISSN: 2527-1288
Editor Chefe: Silvia Virginia Coutinho Areosa
Início Publicação: 30/06/2017
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Psicologia

Narrativas de Egressos da Prisão e Discursos Midiáticos Sobre Criminalidade

Ano: 2018 | Volume: 2 | Número: 2
Autores: L. Engel, I. Hennigen
Autor Correspondente: I. Hennigen | [email protected]

Palavras-chave: criminalidade, mídia, produção de subjetividade, práticas de liberdade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo discute a produção de subjetividade de pessoas que passaram por experiência de prisão, considerando os discursos midiáticos sobre a criminalidade. A pesquisa se justifica pela necessidade de pensar o trabalho da Psicologia junto à população encarcerada, colocando questões para os desafios que a complexidade do aprisionamento apresenta. A metodologia aplicada foi a roda de conversa realizada com um grupo voluntário de homens egressos do sistema prisional, na qual foram disparadores os conteúdos midiáticos escolhidos pelos participantes. Dentre os objetivos, buscou-se entender os efeitos subjetivos destes discursos nas pessoas que vivem esta realidade com seus desdobramentos penais e sociais, conhecer a maneira como resistem ou reproduzem valores e significados e, também, propiciar espaço de narrativas e de interação entre os participantes, valorizando o compartilhamento de opiniões e ideias. Analisamos os aspectos discutidos nas rodas de conversa que ora se relacionam com a reprodução da exclusão social, ora com crítica e resistência à identidade criminosa. Estas questões foram desenvolvidas em tópicos sobre a criminalização da pobreza e o resgate da cidadania que compreendem o conjunto dos temas debatidos e associados aos conteúdos midiáticos. Entendemos que a relação saber-poder que circula nos discursos, funcionando como um processo permanente de modelização da vida, é significativa na produção de subjetividade. E por fim, em contraponto a isso, concluímos sinalizando para práticas de liberdade exercitadas em espaços de reflexão e de narração de si, como modo de ruptura de identidades marginalizadas, resistência aos processos de exclusão social e possibilidade de criar diferentes caminhos.



Resumo Inglês:

This article discusses the production of subjectivity of people who have experienced imprisonment, considering the media discourses about crime. The research is justified by the need to think about the work of Psychology with the incarcerated population, putting on questions for the challenges that the complexity of the imprisonment presents. The applied methodological tool was the conversation circle done with a volunteer group of men egress of the Penitentiary System, in which the media contents selected by the participants were used. Among the objectives, we sought to understand the subjective effects of these discourses on people who live this reality with its criminal and social consequences, to know how they resist or reproduce values and meanings, and also to provide a space for narratives and interaction among participants, valuing the sharing of opinions and ideas. We analyze the aspects discussed in the conversation circle that sometimes related to the reproduction of social exclusion, sometimes with criticism and resistance to criminal identity. These issues have been developed in topics about criminalization of poverty and the rescue of citizenship that comprise the set of themes debated and related to the media contents. We understand that the power/knowledge relation that circulates in the discourses, functioning as a permanent process of forging of life, is significant in the production of subjectivity. And finally, in counterpoint to this, we conclude pointing to practices of freedom exercised in spaces of reflection and self-narration as ways of breaking down marginalized identities, functioning as resistance to the processes of social exclusion and as a possibility to think of different paths.



Resumo Espanhol:

Este artículo discute la producción de subjetividad de personas que pasaron por la experiencia de prisión, considerando los discursos mediáticos sobre la criminalidad. La investigación se justifica por la necesidad de pensar el trabajo de la Psicología junto la población encarcelada, planteando cuestiones para los desafíos que la complejidad del encarcelamiento presenta. La herramienta metodológica aplicada fue la rueda de conversación realizada con un grupo voluntario de hombres egresados del sistema penitenciario, en la que fueron disparadores los contenidos mediáticos escogidos por los participantes. Entre los objetivos se buscó entender los efectos subjetivos de esos discursos en las personas que viven esta realidad con sus desdoblamientos penales y sociales, conocer la manera en que se resisten o reproducen valores y significados y también propiciar espacio de narrativas y de interacción entre los participantes, valorizando el intercambio de opiniones e ideas. Analizamos en este artículo los aspectos discutidos en las ruedas de conversación que hora se relacionan con la reproducción de la exclusión social hora con crítica y resistencia a la identidad criminal. Estas cuestiones se desarrollaron en tópicos sobre la criminalización de la pobreza y el rescate de la ciudadanía que comprenden el conjunto de los temas debatidos y asociados a los contenidos mediáticos. Entendemos que la relación saber-poder que circula en los discursos funcionando como un proceso permanente modelado de la vida es significativa en la producción de subjetividad. Y por fin, en contrapunto a eso concluimos señalando para prácticas de libertad ejercitadas en espacios de reflexión y de narración de sí, como modo de ruptura de identidades marginadas, resistencia a los procesos de exclusión social y posibilidad de crear diferentes caminos.