O artigo objetiva analisar a formação dos espaços urbanos na cidade de Teófilo Otoni nas décadas de 1950 e 1960, caracterizando os territórios apropriados pela elite local em contraposição à comunidade formada por uma mão-de-obra majoritariamente negra que se estabeleceu ao longo da margem da linha da Estrada de Ferro Bahia e Minas. Ao utilizar da categoria Território Negro, nessa pesquisa, busca-se visualizar a construção das relações de solidariedades, enfrentamentos e resistências desse núcleo de ferroviários, bem como as estratégias da elite teófilo-otonense para esvaziamento e fragmentação da consciência negra. Ao dar destaque à construção do mito da imigração alemã em meados do século XX como uma das ferramentas para reforçar o poder dos grupos hegemônicos locais, a condução desse trabalho procura apresentar como desdobramentos desse conflito o debate em torno da ausência de manifestações contra o fechamento da ferrovia em 1966.
This paper aims
to analyze the formation of urban spaces in TeófiloOtoni in the 1950s and 1960s, featuring the
territories appropriated by the local elite as opposed to the community of a largely black hand labor that has established it
self over
the Bahia and Minas Railw
ay borderline. By the appropriation of
black territory
category, this study search to visualize the
construction of relations of solidarity, fighting and resistance, as well as the strategies of teófilo
-
otonense elite used for emptying
and fragmentation of
black consciousness. By the highlighting of the myth of German immigration as a tool to enhance the power
of local hegemonic groups, the conduct of this study aims to present as consequences of this conflict the debate on the absen
ce of
demonstrations agai
nst the closure of the railway in 1966