O presente artigo procura mostrar a crÃtica conservadora inglesa do século XVII à s noções de liberdade natural e contrato originário, ao deslocar a origem do poder polÃtico para as relações afetivas estabelecidas pelos laços sentimentais de famÃlia que mantêm pais e filhos unidos. Mais exatamente, a legitimação polÃtica do poder teria como fundamento uma autoridade natural semelhante à relação verificada entre pais e filhos. Segundo essa teoria, cujo mais importante representante foi Robert Filmer, o fundamento da autoridade polÃtica não é fruto de uma instituição arbitrária dos homens, mas uma necessidade introduzida por Deus, com o propósito de justificar as monarquias absolutistas.
The present article deals with the XVII century conservative English critic to the notions of natural liberty and originary contract, when considering the origin of political power as based on affective relations among family members. More precisely, the legitimation of political power might have, as its fundament, a certain natural authority, similar to that experienced between fathers and sons. According to this theory, whose most conspicuous representative is Robert Filmer, the fundament of political authority is by no means arbitrarily established by men, but a necessity introduced by God himself in order to justify absolute monarchies.