A natureza do Ser em Leibniz: unidade e multiplicidade

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ISSN: 2675-570X
Editor Chefe: Me. Junior Cunha
Início Publicação: 11/08/2020
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

A natureza do Ser em Leibniz: unidade e multiplicidade

Ano: 2021 | Volume: 2 | Número: 2
Autores: João Antônio Ferrer Guimarães
Autor Correspondente: João Antônio Ferrer Guimarães | [email protected]

Palavras-chave: Leibniz. Ontologia. Substância. Mônada. Unidade. Multiplicidade. Harmonia.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Pretendemos, neste trabalho, investigar a noção leibniziana de substância, conceito que, para o filósofo, constitui a chave de toda verdadeira filosofia. Sua noção de substância pretende superar as duas noções clássicas, desenvolvidas por Aristóteles e Descartes; com maior ênfase, sua concepção de substância rompe com a noção mecanicista cartesiana, privilegiando uma noção dinâmica do Ser. No entanto, em Leibniz, o conceito de substância comporta aparente paradoxo: na natureza do ente real coexistem unidade e multiplicidade, simultaneamente. A solução do paradoxo implicado na oposição clássica uno-múltiplo enfatiza a transformação sofrida pela noção fundamental de seu sistema de metafísica, constituindo, assim, a essência de sua compreensão do Ser como força dinâmica. A chave para tal compreensão encontra-se na noção de Mônada. Enquanto substâncias simples, Mônadas não têm partes. O que não tem partes constitui uma unidade; Mônadas, no entanto, apresentam determinações internas que especificam essa unidade. Da distinção, fortalecida por suas qualidades e determinações, obtemos a multiplicidade do Ser; à vista disso, o real comporta infinitas substâncias individuais. Segundo o princípio da identidade dos indiscerníveis, cada ente real mantém sua identidade única ao mesmo tempo em que espelha, como totalidade, a realidade de todas as outras substâncias através da multiplicidade de suas propriedades. Desse modo, a Mônada só pode ser compreendida como multiplicidade intrínseca à unidade. Essa realidade complexa e ao mesmo tempo simples expressa um universo dotado de total inteligibilidade. A máxima racionalidade desse universo é traduzida em seu sistema da harmonia que, por fim, dá sentido à Monadologia.



Resumo Inglês:

In this work, we intend to investigate the Leibnizian notion of substance, a concept that, for the philosopher, constitutes the key to all true philosophy. His notion of substance intends to surpass the two classical notions, developed by Aristotle and Descartes; with greater emphasis, his conception of substance breaks with the Cartesian mechanistic notion, privileging a dynamic notion of Being. However, in Leibniz, the concept of substance bears an apparent paradox: unity and multiplicity coexist in the nature of the real entity, simultaneously. The solution to the paradox implied in the classical one-multiple opposition emphasizes the transformation undergone by the fundamental notion of his metaphysical system, thus constituting the essence of his understanding of Being as a dynamic force. The key to such an understanding is found in the notion of the Monad. As simple substances, Monads have no parts. What has no parts constitutes a unity; Monads, however, have internal determinations that specify this unity. From distinction, strengthened by its qualities and determinations, we obtain the multiplicity of Being; in view of this, the real comprises infinite individual substances. According to the principle of the identity of the indiscernibles, each real entity maintains its unique identity while mirroring, as a totality, the reality of all other substances through the multiplicity of their properties. In this way, the Monad can only be understood as a multiplicity intrinsic to unity. This complex and at the same time simple reality expresses a universe endowed with total intelligibility. The maximum rationality of this universe is translated into its system of harmony that, finally, gives meaning to Monadology.