: O presente artigo visa refletir sobre o pensamento de
Hannah Arendt à luz do par conceitual necessidade-liberdade. Esse
caminho é produtivo, pois dá conta tanto da obra mais conhecida e
reconhecida da autora quanto das suas reflexões anteriores Ã
Origens do Totalitarismo, que se dirigiam, na sua maioria, Ã
comunidade dos Judeus e tinham a questão judaica como ponto
central. As meditações arendtianas sobre o judaÃsmo, consideradas
no presente artigo, foram publicadas em duas coletâneas na França:
La tradition Cachée (1987) e Auschwitz et Jérusalem (1991). O
artigo gravita em torno da defesa arendtiana sobre a inerência entre
polÃtica e liberdade e sua substituição pela compreensão da polÃtica
como submetida à esfera da necessidade. Essa perspectiva, segundo
a autora, fez-se presente na tradição assimilacionista entre os
judeus, mas já tinha obtido a hegemonia na cultura ocidental. Isso
sucedeu em razão da primazia da vita contemplativa sobre a vita
activa, do trabalho e da questão social em detrimento da ação e, por
fim, da supremacia da filosofia da história em prejuÃzo da Filosofia
PolÃtica.