O presente artigo aborda o fenômeno da negação não psicótica da gravidez. Constatou-se, a escassa produção científica sobre esse tema. Trata-se de uma situação na qual há uma negação por parte da mulher de sua própria gravidez. Ressalta-se como aspecto singular desse fenômeno a não presença de um diagnóstico de psicose, bem como o fato de que, muitas vezes, a constatação da gestação ocorre apenas no momento do parto. Este artigo explora algumas considerações sobre essa complexa situação e propõe uma leitura a respeito das consequências desse fenômeno na relação mãe-bebê, a partir de aportes psicanalíticos de Donald Winnicott sobre a preocupação materna primária. Além de possibilitar uma reflexão sobre um fato que ocorre com certa frequência na clínica obstétrica, pretende-se provocar uma discussão a respeito de uma situação cujos inegáveis efeitos interferem na qualidade dos momentos iniciais experienciados entre a mãe e filho.
This article addresses the phenomenon of non-psychotic denial of pregnancy. It was realized that there is a few scientific production about this topic. It is about a situation which there’s a denial from woman of her own pregnancy. It is highlighted as a singular aspect about the absence of a psychosis diagnostic, as well as, the fact that in many cases, that some women realize that they are pregnant just when they are in labor. This paper explores some considerations about this complex situation and proposes a lecture about the consequences of this phenomenon in the relationship between mother and child from psychoanalytic support by Donald Winnicott about the Primary Maternal Preoccupation. Besides enabling some thoughts about the fact which occurs with some frequency in the obstetrical clinic, it is intended to discuss about this situation which the undeniable effects interfere in the primary quality moments experienced between mother and child.