O objetivo deste artigo é apresentar um pouco do debate argentino atual sobre a justificação das estratégias de justiça transicional, especialmente a justiça penal que foi retomada no governo do ex-presidente Nestor Kirchner. A partir da refutação da chamada “teoria dos dois demônios”, procuramos definir o negacionismo que circunda muitas das discussões sobre o sentido da justiça penal para repressores. Beatriz Sarlo defende que na atualidade existe uma “retórica testimonial”, onde o tempo presente é essencialmente anacrônico e busca reconstruir os ideais da década de 1970. Por sua vez, Claudia Hilb defenderá, sugerindo uma comparação com o caso sul-africano onde a anistia garantida de antemão permitia uma catarse de confissões e perdão, que o excesso de justiça penal argentino inibe os repressores de contar o que sabem. Defenderemos que verdade e justiça não se excluem mutuamente, e que os contextos onde emergem uma e outra são bem diferentes.
The purpose of this article is to present some of the current Argentine debate on the justification for transitional justice strategies, especially the criminal justice which was taken up in the government of former President Nestor Kirchner. As from the refutation of the "theory of the two demons" we sought define the Negationism that surrounds many of the discussions about the meaning of criminal justice to the repressors. Beatriz Sarlo argues that nowadays there is a "testimonial rhetoric", where the present time is essentially anachronistic and tries to reconstruct the ideals of the 1970s. Meanwhile, Claudia Hilb defend, suggesting a comparison with the South African case where amnesty guaranteed beforehand allowed a catharsis of confession and forgiveness, that the excess of Argentine justice inhibits repressors to tell what they know. We defend that truth and justice are not mutually exclusive, and that the contexts where they emerge again and are rather different.
El objetivo de este artículo es presentar el debate argentino actual sobre la justificativa de las estrategias de la justicia transicional, especialmente la penal que fue retomada en el gobierno del ex presidente Nestor Kirchnner. A partir de la refutación de la conocida ‘teoria de los demonios”, buscamos definir el negacionismo que envuelve muchas de las discusiones sobre el sentido de la justicia penal para represores. Beatriz Sarlo defiende que en la actualidad existe una “retorica testimonial”, donde el tiempo presente es esencialmente anacrónico y se procura reconstruir los ideales de la década de 1970. Por su vez, Claudia Hilb defenderá, sugiriendo una comparación con el caso sur-africano donde la amnistía garantizada permitía una catarse de confesiones y perdón, que el exceso de justicia penal argentino inhibe los represores de contar lo que saben. Se defiende que la verdad y la justicia no se excluyen mutualmente, y que los contextos donde emergen una y otra son distintos.