A literatura especializada acerca do capital social parte, de modo quase
generalizado, da constatação empÃrica de que as variáveis econômicas não são
suficientes para produzir modelos de desenvolvimento local que sejam socialmente
justos e ambientalmente sustentáveis; reafirma, quase de forma consensual, que as
redes de compromisso cÃvico, as normas de confiança mútua, os recursos advindos das
redes sociais, a riqueza do tecido associativo e as instituições polÃticas têm impacto
direto no incremento qualitativo da comunicação entre indivÃduos e atores sociais, na
produção de formas mais intensas de interação social e na redução dos dilemas da
ação coletiva em torno das estratégias de desenvolvimento local. No entanto, um dos
elementos crÃticos do debate sobre as relações entre capital social e desenvolvimento
local diz respeito ao próprio conceito de desenvolvimento. Por conseguinte, com base
em uma definição própria de desenvolvimento local, este trabalho divide-se em dois
eixos principais: (1) análise das disputas conceituais que imperam no âmbito
acadêmico em torno da definição do capital social; (2) defesa do argumento de que
trabalhar com metáforas do capital social poderia ajudar a melhor situá-lo nos
contextos múltiplos de desenvolvimento local. Na conclusão, com base na experiência
de pesquisa desenvolvida pelo autor do artigo entre 2003 e 2005 no MunicÃpio de
Pintadas na Bahia, são propostos parâmetros teórico-metodológicos a fim de analisar
as relações entre capital social e desenvolvimento local.