Considerando ser o Brasil o quinto em população e território e a caminho de ocupar o quinto lugar no ranking mundial do Produto Interno Bruto (PIB), caberia ao país assumir o lugar devido como protagonista das mudanças na configuração mundial de poder, de forma ativa e criativa. Foi com essa percepção que uma intensa diplomacia presidencial levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a passar mais de um oitavo de seu tempo durante os dois mandatos (2003-2010) fora do país. A busca da elevação da posição do Brasil na hierarquia das relações internacionais está ligada às estratégias de desenvolvimento no campo nacional. Junto com a formulação de uma política econômica e social de cunho neodesenvolvimentista, entrou em pauta novamente a complexa relação entre dependência e desenvolvimento. Este trabalho aponta a capacidade de reação e articulação em torno da crise financeira global de 2008 como um ponto de inflexão. A partir daí, o mundo passou a ver o Brasil de outra forma e identificar os recursos estratégicos dos quais o país dispõe, no caso o pré-sal, riqueza ambiental e potencial único de expansão da produção de alimentos.
Brazil has the fifth largest population and territory, and is on its way to also becoming the fifth largest GDP in the world. It then should – in an active, creative way – be a leading country in the reorganization of the world's power system. It was under this prism that a strongly diplomatic presidency led President Luiz Inácio Lula da Silva to spend more than an eighth of his two mandates (2003-2010) abroad. This search to improve Brazil's position within international relations' hierarchy is linked to the strategies that occur in the national sphere. A discussion on the complex relationship between dependency and development resurfaced as an effort to formulate a neo-developmentalist socio-economic policy. This paper highlights countries' capacity to react and organize around the 2008 global financial crisis, which was a significant time. From that time on, the world began to see Brazil differently, and to recognize the country's strategic resources, such as the new oil reserves, its environmental richness, and a unique potential to expand food production.