Neuroblastoma estágio 4S e hepatomegalia maciça: relato de caso

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ISSN: 22366814
Editor Chefe: Clemax Couto Sant'Anna, Marilene Crispino Santos
Início Publicação: 30/04/2011
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Neuroblastoma estágio 4S e hepatomegalia maciça: relato de caso

Ano: 2024 | Volume: 14 | Número: 1
Autores: Ricardo Pasquini Neto; Ana Julia Pereira de Paula; Fernanda de Almeida Vieira; Hadelle Habitzreuter Hassmann; Ana Paula Kuczynski
Autor Correspondente: Ricardo Pasquini Neto | [email protected]

Palavras-chave: Neuroblastoma, Hepatomegalia, Lactente

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

OBJETIVO: Relatar um caso de neuroblastoma estágio 4S e hepatomegalia maciça que prejudicou o prognóstico da doença.
DESCRIÇÃO DO CASO: Lactente de 3 meses do sexo masculino apresentou 7 dias de piora de distensão abdominal, sudorese significativa, choro incessante e irritabilidade. Seu abdome era globoso e exibia hepatomegalia maciça. Os exames de imagem detectaram múltiplos nódulos em parênquima hepático e um nódulo hipoecoico em suprarrenal direita. As lesões foram biopsiadas, com achados revelando neuroblastoma infiltrativo em tecido hepático. O paciente foi estadiado com International Neuroblastoma Staging System 4S, e o tratamento foi iniciado conforme protocolo da International Society of Paediatric Oncology - Paediatric Oncology in Developing Countries. No primeiro ciclo de quimioterapia, sua condição exigiu ventilação mecânica prolongada e hemodiálise. Decidiu-se então mudar para o regime POG 9341-Modified em modo de urgência. Uma melhora clínica importante foi observada após o terceiro ciclo de quimioterapia. Os ciclos subsequentes foram administrados com base no protocolo inicialmente proposto. A remissão completa foi alcançada após o oitavo ciclo.
COMENTÁRIOS: O neuroblastoma estágio 4S geralmente apresenta bom prognóstico; entretanto, quando associado à hepatomegalia maciça, este torna-se desfavorável. As complicações durante o primeiro ciclo exigiram mudança no manejo para o regime POG 9341-Modified, o que contribuiu para a redução do número e tamanho dos nódulos hepáticos e suprarrenal. Visto à significativa melhora clínica, os demais ciclos foram realizados conforme o protocolo inicial. Apesar da associação incomum e da falta de consenso para um tratamento específico, a remissão completa foi alcançada pela combinação de regimes terapêuticos.



Resumo Inglês:

OBJECTIVE: To report a case of stage 4S neuroblastoma and massive hepatomegaly that worsened the disease prognosis.
CASE REPORT: A 3-month-old male infant presented with 7 days of worsening abdominal distension, significant sweating, incessant crying, and irritability. His abdomen was globular and exhibited massive hepatomegaly. Imaging examinations detected multiple nodules in the liver parenchyma and a hypoechoic nodule in the right adrenal gland. The lesions were biopsied, with findings revealing infiltrative neuroblastoma in the liver tissue. The patient was diagnosed with International Neuroblastoma Staging System stage 4S, and treatment was started according to the International Society of Paediatric Oncology - Paediatric Oncology in Developing Countries protocol. During the first chemotherapy cycle, his condition required prolonged mechanical ventilation and hemodialysis. It was then decided to switch to the POG 9341-Modified regimen in an emergency mode. A significant clinical improvement response was observed after the third chemotherapy cycle. Subsequent cycles were administered based on the initial proposed protocol. Complete remission was achieved after the eighth cycle.
DISCUSSION: Stage 4S neuroblastoma usually has a good prognosis; however, when associated with massive hepatomegaly, the prognosis becomes unfavorable. Complications during the first chemotherapy cycle required a change in management to the POG 9341-Modified regimen, which resulted in a reduction in the number and size of hepatic and adrenal nodules. Owing to significant clinical improvement, the remaining cycles were performed using the initial protocol. Despite the uncommon association and the lack of consensus for a specific treatment, complete remission was achieved by combining therapeutic regimens.