Os resultados de diferentes pesquisas sobre as relações entre crime e mÃdia em várias partes do mundo ocidental têm em comum alguns pontos fundamentais: as notÃcias costumam sobrerrepresentar os crimes de rua, difundir os estereótipos do criminoso e vÃtima, dedicar amplo espaço à s fontes oficiais etc. Dessa constatação, a conclusão principal é a de que a mÃdia legitima a atuação seletiva e estigmatizante do sistema penal, justificando as desigualdades sociais e possibilitando a sua reprodução. Para fazer frente a esse processo, busca-se, neste trabalho, expor uma proposta de ação por parte dos intelectuais para interferir nos importantes debates travados sobre o tema na mÃdia. São aplicados os pressupostos gramscianos sobre o papel dos intelectuais ao tema do sistema penal, evidenciando-se a potencialidade emancipatória da mÃdia.
The results of different studies on the relationship between crime and media in several parts of the Western world have in common some substantial matters: the news often overrepresent street crimes, promote stereotypes of the criminal and victim, dedicating great space to official sources etc. From this observation, the main conclusion is that the media legitimizes the selective and stigmatizing perfomance of the criminal justice system, justifying social inequalities and stimulating their reproduction. To deal with this process, we seek in this work to expose a proposal of the action of the intellectuals to intervene in important debates on crime in the media. We apply the Gramscian assumptions about the role of the intellectuals to the subject of the criminal justice system, revealing the emancipatory potential of the media.