No senso comum hegemônico e em muitas políticas públicas, a criança é muitas
vezes pensada como receptora de cuidados realizados por familiares adultos ou
agentes institucionais. Neste artigo, pretendemos problematizar alguns pressupostos estereotipados sobre infância, relações intergeracionais e agência infantil, a partir de uma abordagem etnográfica das práticas sociais específicas de meninos e meninas de um bairro popular em uma agrolocalidade média do pampa úmido argentino, que cuidam ativamente de si, de outras crianças e adultos. O trabalho evidencia o protagonismo das meninas e como elas constroem redes de apoio, estratégias coletivas e múltiplos saberes, evidenciando sua capacidade de agencia social, mesmo nas difíceis condições em que vivem. Assim, objetivamos rever as lacunas existentes entre o ideal normativo
da infância e as vivências das crianças de carne e osso em contextos específicos.
In hegemonic common sense and in many public policies, children are often thought of as recipients of care carried out by adult relatives or institutional agents. In this article, we intend to problematize some stereotyped assumptions about childhood, intergenerational relationships and children’s agency, based on an ethnographic approach to the specific social practices of boys and girls from a popular neighborhood in a medium-sized agrolocality of the Argentine humid pampas, who actively care for themselves, other children and adults. The work evidences the leading role of girls and how they build support networks, collective strategies and multiple knowledge, evidencing their capacity for social agency, even in the difficult conditions in which they live. Thus, we aim to review the gaps that exist between the normative ideal of childhood and the experiences of flesh and blood children in specific contexts.
En el sentido común hegemónico y en muchas políticas públicas frecuentemente se piensa a les niñes como receptores del cuidado que realizan personas adultas emparentadas o agentes institucionales. En este artículo, nos proponemos problematizar algunos presupuestos estereotipados sobre la infancia, las relaciones intergeneracionales y la agencia infantil, a partir de una aproximación etnográfica a las prácticas sociales concretas de niños y niñas de un barrio popular en una agrolocalidad media de la pampa húmeda argentina, que cuidan activamente de sí, de otres niñes y de personas adultas. El trabajo evidencia el rol protagónico de las niñas y cómo construyen redes de apoyo, estrategias colectivas y múltiples conocimientos, revelando su capacidad de agencia social, aún en las difíciles condiciones en que viven. Apuntamos así a revisar los desfasajes que existen entre el ideal normativo de infancia y las experiencias de les niñes de carne y hueso en contextos concretos.