Abordaremos criticamente a ideia de um suposto ‘modelo de comportamento’ instituído socialmente como ideal, especialmente considerando-se a dicotomia Inclusão x Exclusão. Partindo da noção trivial de um comportamento desejável, inicialmente a discussão tomará como base a premissa de que as normas de comportamento são estabelecidas culturalmente e socialmente. A problematização aqui proposta faz apelo às considerações de Giorgio Agamben: embora o filósofo trate sobre o estado de exceção mais especificamente, o recorte que será realizado se aplica à exclusão social, como ficará claro. Considerando assim o contexto social vigente, apontaremos que em casos de autismo o indivíduo poderá ter uma vida melhor ao aprender determinadas habilidades, uma vez que está (deveria estar, de fato / precisa estar) inserido em um complexo modelo de sociedade. Após essa problematização, considerando a ciência denominada Applied Behavior Analysis (ABA – Análise do Comportamento Aplicada), a investigação permeará a abordagem sobre como, nos casos de autismo, a atuação com ABA, a longo prazo, não enquadra e limita o indivíduo, mas pode, ao contrário, lhe proporcionar liberdade, especialmente no que tange a sua vida prática. Sobre o que tange a aplicação da ABA, não pretendemos aqui explicar seus conceitos básicos, mas expor que por meio dessa é possível melhorias efetivas na vida do indivíduo com TEA, o que engloba a interação social, visando a inclusão. Lembrando que a inclusão envolve sempre um movimento de alteridade, que exige respeito, empenho e reciprocidade entre todos os envolvidos.