A questão dos gêneros foi, durante séculos – deAristóteles a Hegel - o objeto central da poética. Apósum século de abordagem historicista e positivista, apartir da década de setenta, a noção de gênero voltoua ser objeto de interrogação na teoria da literatura. Ostrabalhos de Todorov (1978) e Genette et al. (1986)ilustram essas retomada de interesse pela noção.Nos últimos quinze anos, a lingüÃstica, tantoteórica quanto aplicada, tem elaborado teorias e classificaçõesdos gêneros, com vistas à compreensão dofuncionamento da linguagem, ao ensino de lÃnguas, à aquisição da linguagem.Trata-se, portanto, de uma noção essencial paraas ciências da linguagem. No entanto, ela não é unÃvocae apresenta alguns problemas. Nesse trabalho, serãoapresentadas algumas reflexões sobre as evidências eas dificuldades da noção, chamando a atenção para oque Lane (1992) chama de periferia do texto. São oselementos paratextuais que indicam explicitamente ogênero e a estrutura visual (Arabyan, 1999) dos objetostextuais, considerados aqui como elementosmetagenéricos