A noção de indicação formal: uma questão de método?

Natureza Humana Revista Internacional de Filosofia e Psicanálise

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ISSN: 2175-2834
Editor Chefe: Zeljko Loparic
Início Publicação: 31/05/2015
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Filosofia

A noção de indicação formal: uma questão de método?

Ano: 2011 | Volume: 13 | Número: 2
Autores: Mario Fleig
Autor Correspondente: Mario Fleig | [email protected]

Palavras-chave: Heidegger, fenomenologia, método, indicação formal.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A indicação formal é uma noção introduzida por Martin Heidegger, a fim de dar conta da especificidade de seu âmbito de estudo – a questão do ser e a pergunta por seu sentido –, cujo recurso é exigido pela dimensão antepredicativa da experiência originária. A par disso, o texto sustenta a hipótese de que a indicação formal funcionaria, nos caminhos de pensamento do filósofo alemão, como um método privilegiado de acesso ao ser, tendo em vista que ela vem se pôr como defesa contra a queda no registro da referência, que é justamente aquele em que o discurso teorético-objetivador encontra seu maior apoio. O texto parte, assim, da contribuição dos escritos do jovem Heidegger, nos quais se tecem, pela primeira vez, os esclarecimentos sobre a indicação formal, sem, contudo, deixar de vislumbrar seus desdobramentos no decorrer de seu trabalho intelectual. Nesses termos, examina a má interpretação em jogo no entendimento dos conceitos, bem como avalia a importância da tautologia no dizer filosófico, porquanto esta se define enquanto um não dizer que diz. Portanto, com base na análise desse recurso, o texto dirige-se, por fim, para a explicitação do sentido ontológico do cuidado como temporalidade, de sorte que nos aproximemos da compreensão heideggeriana dos limites da lógica, na justa medida em que nela se deita a interpretação vulgar do tempo como presente constante, o que vem exigir, como precaução, a entrada na fenomenologia do inaparente, a fim de nos afastarmos do predomínio irrestrito dos conceitos.



Resumo Inglês:

Formal indication is a notion introduced by Martin Heidegger, in order to define the specificity of his field of work – the issue of being and the question by his sense –, whose resource is demanded by the anti-predictive dimension of the originary experience. Taking that into account, this text holds the hypothesis that the formal indication would work, according to the German philosopher, as a privileged method of access to the being, as it is a defense against the fall in the reference register, that is exactly the one in which the theoretical-objective speech finds its support. Therefore, the text starts from the contributions of texts by the young Heidegger, in which he deals, for the first time, with the explanations on formal indication, whose unfoldings he would yet glimpse throughout his intellectual work. Thus, it analyses the bad interpretation in the understanding of concepts, as well as evaluate the importance of tautology in the philosophical speech, because it defines itself as a “non-speaking that speaks”. Therefore, from the analysis of this resource, the texts heads to the explicitation of the ontological sense of care as temporality, that brings us closer to the Heideggerian compreension of the limits of logic, since in it lies the vulgar interpretation of time as a constant present, that demands, as a precaution, coming into the fenomenology of inapparent, so that we can move away from the unrestricted predominance of concepts.