Este artigo propõe uma análise crítica sobre a tendência contemporânea de nomear, rotular e medicalizar comportamentos infantis como forma de mascarar problemas históricos e estruturais da educação brasileira. O foco recai sobre o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), classificado como distúrbio de comportamento, que vem sendo amplamente usado para justificar atitudes de desafio à autoridade, indisciplina e insubordinação de crianças e adolescentes nas escolas. No entanto, esta pesquisa sustenta que o uso inflacionado de tais nomenclaturas desvia o debate das causas reais: a permissividade familiar, a omissão do Estado na garantia de direitos e a sobrecarga da escola e dos professores. Utilizando abordagem qualitativa e bibliográfica, este trabalho evidencia como a rotulação de estudantes desvia a atenção das responsabilidades compartilhadas e reforça o adoecimento da escola. Conclui-se que, para além dos rótulos, é necessário resgatar o compromisso coletivo com a educação.