Norma padrão versus norma culta: o uso dos pronomes átonos de terceira pessoa ‘o(s)’ e ‘a(s)’ como objeto indireto no português brasileiro

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ISSN: 23596910
Editor Chefe: Leonardo Lennertz Marcotulio
Início Publicação: 28/02/2015
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

Norma padrão versus norma culta: o uso dos pronomes átonos de terceira pessoa ‘o(s)’ e ‘a(s)’ como objeto indireto no português brasileiro

Ano: 2019 | Volume: 5 | Número: Especial
Autores: Ana Paula Antunes Rocha
Autor Correspondente: Ana Paula Antunes Rocha | [email protected]

Palavras-chave: Norma culta, Norma padrão, Português escrito, Pronomes oblíquos átonos, Objeto indireto

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Nem sempre norma padrão e norma culta coincidem. Faraco (2008) propõe uma divisão entre ambas: a primeira refere-se a um conjunto de normas estipuladas e determinadas por instâncias normatizadoras, como a gramática tradicional; a segunda, por sua vez, refere-se a um conjunto de normas efetivamente usadas pelos falantes considerados cultos numa dada sociedade. No que tange ao uso dos pronomes pessoais, este texto elenca exemplos, retirados de fontes escritas que usam a norma padrão, nos quais, a despeito das regras gramaticais tradicionais, as formas “o”, “a” e suas variações encontram-se empregadas na função de objeto indireto. Se as fontes das quais os exemplos foram retirados usam corriqueiramente o português padrão e são, ao mesmo tempo, produzidas por usuários letrados do português, pode-se suspeitar que os pronomes em pauta não vêm sendo usados no português culto segundo as prescrições do padrão. Trata-se de um fenômeno digno de pesquisa linguística. Neste texto (anotações iniciais de pesquisa), pretende-se apresentar a questão e propor uma investigação sobre ela.



Resumo Inglês:

The concepts of standard language and cultured language do not always overlap. Faraco (2008) claims there is a distinction between them: the former corresponds to a set of norms prescribed and determined by regulatory institutions, such as the traditional grammar, while the latter corresponds to a set of norms which are actually used by those speakers who are considered to be cult in a given society. Concerning Brazilian Portuguese personal pronouns, in this paper, some examples from standardized written language sources are selected. In these examples, in spite of traditional grammar’s predicting rules, the forms “o” (him), “a” (her), and their variations are used as indirect objects. If standard language is usually employed in the sources of these examples, and, at the same time, if these sources are produced by lettered Portuguese speakers, then we may suspect that the analysed pronouns are not being used in cultured Brazilian Portuguese according to the expected prescriptions. Thus, this phenomenon deserves to be linguistically addressed. In this paper (research preliminary remarks) we aim at presenting this issue and posit an investigation for it.