Notas para a crítica da violência

Anãnsi: Revista de Filosofia

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ISSN: 2675-8385
Editor Chefe: Flávio Rocha de Deus
Início Publicação: 13/09/2020
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Filosofia

Notas para a crítica da violência

Ano: 2020 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: A. Sampaio
Autor Correspondente: A. Sampaio | [email protected]

Palavras-chave: Crítica da violência, Crítica da sanção, Violência sistêmica, Violência divina, Nãoviolência

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O que define a crítica da violência? O que significa violência? Neste ensaio, faço uma revisão sumária e parcial de ponderações da filosofia crítica desde Marx, Nietzsche e Benjamin. Do debate entre filósofos contemporâneos sobre o tema, retiro formas de inteligibilidade do fenômeno. Primeiro, alguns dados atuais de institutos oficiais dão uma ideia do aumento da violência e da sensação de vulnerabilidade atual. A partir da crítica da violência bejaminiana, trato do vínculo que mantém atada a violência mantenedora do direito e do Estado àquela instauradora deles, e da violência divina como manifestação dos povos capaz de romper a violência mítica do poder. Assinalo, então, com Guyau e Nietzsche, a importância da crítica do punitivismo e reconheço como injusta toda justiça penal, e com Angela Davis e Juliana Borges, apresento a prisão como dispositivo necropolítico. Sob essa ótica, a lei aparece como possibilidade do crime, o Estado é definido pela criminalização da pobreza, a violência, como programa de governabilidade. Depois, revejo o conceito de “violência sistêmica” de Žižek e o aproximo da concepção de ruptura da integridade do vivo de Saffioti. Por fim, pondero sobre o perigo do apelo da não-violência, a condenação prévia da violência divina, e sobre a teoria como resposta que nasce das, com e para as lutas sociais, destacando-as como condição para a liberdade.



Resumo Inglês:

What defines a critique of violence? What does violence mean? In this essay, I make a summary and partial review of considerations of critical philosophy since Marx, Nietzsche and Benjamin. Of the debate among contemporary philosophers on the subject, I take forms of intelligibility of the phenomenon. First, some current data from official institutes gives an idea of the increase in violence and the current feeling of vulnerability. Based on the Benjamin’s critique of violence, I deal with the bond that maintains the violence that maintains the law and the State tieds to that establishes of them, and divine violence as a manifestation of the peoples capable of breaking the mythical violence of power. Perhaps, then, with Guyau and Nietzsche, the importance of the critique of punitivism and I recognize that all criminal justice is unfair, and with Angela Davis and Juliana Borges, I presente the prison as a necropolitical device. From this perspective, the law appears as possibility of crime, the State is defined by the criminalization of poverty, violence, as a governance program. Then, I review Žižek’s concept of “systemic violence” and bring it closer to Saffioti’s concept of disrupting the integrity of the living. Finally, I ponder the danger of the appeal of nonviolence, the prior condemnation of divine violence, and theory as a response that is born of, with and for social struggles, highlighting them as condition for freedom.