Os Tupinambá de Olivença foram reconhecidos como grupo étnico pela Funai no ano 2001. A partir daí a dinâmica social da vida destes indígenas voltou a revelar um conjunto de princípios comparáveis àqueles observados entre outros coletivos ameríndios das terras baixas. Pautado em pesquisa etnográfica, o artigo destaca as relações entre lideranças indígenas e os Encantados como uma importante ferramenta de ação política ameríndia. O ritual do Poranci, a interação com os Encantados e as retomadas de áreas do território tradicional configuram-se como vetores que mobilizam os Tupinambá e compõem partes de sua cosmopolítica.