Este artigo tem como objetivo discutir alguns temas centrais da filosofia de Byung-Chul Han. O trânsito por várias obras, todas complexas e importantes, não pretende esgotar nenhum assunto, mas ajudar a entender nossa vida na era digital. Assim, inicialmente, abordaremos as principais diferenças estabelecidas por Han entre a nova sociedade digital e a sociedade disciplinar do século passado. As mudanças dizem respeito ao próprio caráter/natureza do pensamento e da percepção do mundo causadas por um modo de vida onde os processos operacionais das máquinas digitais se tornam paradigmáticos. Mostraremos em seguida como Han, ao propor um novo modelo de pensamento em oposição ao pensamento operacional, revaloriza as ações rituais como práticas simbólicas, bem como insiste numa revisão do pensamento de Hegel, especialmente das noções de totalidade e alteridade. Para a compreensão do narcisismo da era digital, recorremos à reflexão estética do autor, porque a experiência estética na era digital está ameaçada, devido, entre outros elementos, à incapacidade do indivíduo de se abandonar ao outro. Nesse ponto, a reflexão é realizada principalmente em relação às estéticas de Kant e Adorno.