O presente trabalho analisa estruturas inacusativas do Português do Brasil (PB), conforme as abordagens de Belletti(1988) e de Enç (1991). O que se procura é determinar que tipo de DP é selecionado por verbos inacusativos nessa lÃngua.
A seção 2 apresenta a Hipótese Ergativa conforme formulada por Burzio (1986), no quadro da Gramática Gerativa.Nas seções 3 e 4, apresentamos as abordagem de Belletti (1988)e de Enç (1991), que consideram alguns aspectos semânticos envolvidos na sub categorização dos DPs partitivos. Na seção 4,em particular na subseção 4.4, tentamos mostrar algumas discrepâncias entre estas duas análises, para, na seção 5,tratarmos da (im)possibilidade de se analisar dados do PB à luz das abordagens expostas nas seções anteriores. A primeira versão da Hipótese Inacusativa foi proposta por Perlmutter (1976), que, no quadro da Gramática Relacional, observou a existência de estruturas intransitivas cujo argumento único era um Objeto direto (e não um Sujeito). Nessas estruturas, os DPs Sujeitos teriam sofrido uma regra de rebaixamento que os tornava Objeto das sentenças.
Burzio reinterpretou a Hipótese Inacusativa de Perlmutter no quadro da Gramática Gerativa (Chomsky, 1981),batizando-a de Hipótese Ergativa. O autor observou uma série de diferenças estruturais presentes na classe dos verbos intransitivos que lhe permitiram postular uma divisão dessa classe em dois grupos distintos de verbos: os que possuem apenas um argumento externo e os que possuem apenas um argumento interno.