O presente texto analisa a denominada “produção integrada” na agroindústria brasileira. A “integração” é uma forma de organização da produção e trabalho na qual uma empresa tomadora dos serviços firma contrato de exclusividade com supostos produtores rurais para fornecimento de determinado produto componente de seu processo produtivo. O modelo empreendido é um aparente monopsônio, mas na verdade constitui uma relação de assalariamento comum, sob tentativa de disfarce pouco arrojada. Há amplo controle do tomador de serviços sobre o processo produtivo dos “integrados”, que têm se tornado intermediadores de mão de obra ou apenas um empregado em meio aos demais envolvidos na produção. Os corolários da “integração” têm sido a extrema subsunção dos trabalhadores à empresa contratante e a brutal precarização de todos os trabalhadores (inclusive crianças) envolvidos. Além de revisão e discussão da literatura sobre esse modelo, este texto apresenta pesquisa efetuada em dois empreendimentos do setor avícola no nordeste da Bahia que adotam o modelo da “integração”.
