Uma parcela de produções cinematográficas brasileiras, a partir da década de 1950, procurou inserir em sua estrutura de composição fÃlmica questões como: o enfoque a aspectos históricos: a verossimilhança dos eventos retratados; a identificação nacional com os temas trabalhados; e o propósito de recriar, transportando o cenário do sertão nordestino do Brasil para um modelo estético relacionado ao cinema dos Estados Unidos, o que se observa nas produções relacionadas ao gênero western (faroeste), equiparado ao neologismo “farnordesteâ€. Neste trabalho, analisaremos primordialmente os filmes Baile Perfumado (1996), de Paulo Caldas e LÃrio Ferreira e O Cangaceiro (1997), de AnÃbal Massaini Neto, com o objetivo de verificar a perspectiva dos pontos de vista do cangaço no cinema, relacionando e entrecruzando com temas transversais pertinentes ao estudo da República Velha no Brasil, tais como as revoltas sociais de Canudos e do Contestado, mas, principalmente, enfocando as suas relações com a questão do coronelismo e com o modelo de bandido atribuÃdo a Lampião, além de abordar a produção da estética da representação cinematográfica. Dessa forma, o estudo entre cinema e história acerca desse tema é relevante no sentido de propiciar a compreensão das diversas representações artÃsticas e históricas, de um determinado evento ou personagem.