É somente nos “Cadernos do cárcereâ€, através da fórmula polÃtica cristalizada no ‘moderno PrÃncipe’, que a teoria gramsciana do partido polÃtico atinge a sua configuração definitiva. Além do diálogo direto com as formulações leninianas e com aquelas posteriormente desenvolvidas pela Internacional Comunista (IC), é também perceptÃvel os ecos da interlocução crÃtica com a sociologia elitista do partido polÃtico de Robert Michels. Em grande medida, é graças a esse approach crÃtico, e não sectário, que Gramsci pôde produzir uma das mais originais reflexões sobre a organização partidária dentro da tradição marxista, enfrentando as questões então negligenciadas da burocratização e da oligarquização dos partidos operários, fornecendo, assim, uma possÃvel superação teórica para a tese elitista da inevitabilidade da cisão entre os interesses do núcleo dirigente partidário e os interesses de sua referência social. O objetivo deste trabalho é recuperar algumas contribuições de Gramsci para a reconstrução da teoria do partido revolucionário nos dias de hoje.