A partir do final da década de 1960, as reivindicações feministas – e de outros movimentos sociais – por um acesso diferenciado à cidadania têm colocado em segundo plano as demandas tradicionais pela extensão de uma cidadania universal sem distinções. Este artigo tem como objetivo explorar, especificamente, as abordagens da bioética feminista em relação ao acesso diferenciado à cidadania nos campos da saúde e da ética médica. Através de uma revisão bibliográfica dessa literatura, este trabalho reconstrói essas reivindicações a partir das críticas formuladas pela bioética feminista contra dois ideais assumidos pela bioética predominante: o da imparcialidade e o da autonomia absoluta. A análise dessas abordagens revela a importância de promover, nos campos da saúde e da ética médica, uma política igualitária da diferença baseada na paridade participativa de agentes entendidos como concretos e inter-relacionados.
Since the late sixties, feminist claims, alongside those of other social movements, advocating for differentiated access to citizenship have gradually displaced traditional demands for the extension of a universal citizenship without distinctions. This paper aims to explore specifically the approaches of feminist bioethics regarding differentiated access to citizenship in the fields of health and medical ethics. Through a bibliographic review within this theoretical framework, this paper reconstructs these claims from criticisms formulated by feminist bioethics against two ideals assumed by the predominant bioethical framework: impartiality and absolute autonomy. The analysis of their approaches reveals the importance of promoting, in the fields of health and medical ethics, egalitarian politics of difference based on the participatory parity of agents seen as concrete and interrelated individuals.
Desde finales de la década del sesenta, las reivindicaciones feministas –y de otros movimientos sociales–por un acceso diferenciado a la ciudadanía han ido desplazando a las tradicionales demandas por la extensión de una ciudadanía universal sin distinciones. Este artículo se propone explorar, específicamente, los abordajes de la bioética feminista respecto al acceso diferenciado a la ciudadanía en los campos de la salud y de la ética médica. Mediante una revisión bibliográfica de ese marco teórico, este trabajo reconstruye esas reivindicaciones a partir de las críticas formuladas por la bioética feminista contra dos ideales asumidos por el marco bioético predominante: el de imparcialidad y el de autonomía absoluta. El análisis de sus abordajes revela la importancia de promover, en los ámbitos de la salud y de la ética médica, una política igualitaria de la diferencia basada en la paridad participativa de agentes entendidos como concretos e interrelacionados.