O artigo apresenta uma discussão do processo de criação do espetáculo teatral “Ninguém matou Suhura”, inspirado na obra literária homônima da escritora moçambicana Lilia Momplè. As reflexões teóricas sobre este processo foram balizadas nos trabalhos de Boesch (1991); Laban (1978); Merleau-Ponty (2011; 2012; 2013) e Tragtemberg (1999). Esta pesquisa teórico-empírica levou-nos a compreender a composição poética (corpo-sonora) cênica como um processo colaborativo que opera o campo estético a partir de qualidades de movimentos corporais e vocais e elabora nexos teatrais fundados em texturas imagético-sonoras polifônicas. As experimentações que resultaram desse processo fazem emergir processos de construção pessoal de conhecimento, que potencializam novas dinâmicas de criação pessoal e coletiva.