O apagamento do traço língua-culturaidentidade germânica na cidade de Juiz de Fora/MG

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ISSN: 1517-7874
Editor Chefe: Sulemi Fabiano Campos
Início Publicação: 31/05/1999
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística

O apagamento do traço língua-culturaidentidade germânica na cidade de Juiz de Fora/MG

Ano: 2012 | Volume: 14 | Número: 1
Autores: Mariana Schuchter Soares, Ana Cláudia Peters Salgado
Autor Correspondente: M. S. SOARES, A. C. P. SALGADO | [email protected]

Palavras-chave: identidade; imigração germânica; línguas em contato; manutenção e morte linguística.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste estudo é tratar de questões pertinentes ao apagamento de traços da(s) língua(s) germânica(s) em Juiz de Fora/MG, considerando que, como aponta a literatura (OLIVEIRA, 1953; STEHLING, 1979; BORGES, 2000; ESTEVES, 2008), a quantidade de imigrantes germânicos que chegou à cidade teria sido tão grande quanto aquela destinada a outras partes do país, onde a língua se manteve e/ou onde ainda há visíveis marcas no dialeto/cultura da região (BORSTEL, 2011; PEREIRA, 2005). Nesse contexto, é relevante considerar que várias pesquisas já foram realizadas com o intuito de abordar a imigração “alemã” em Juiz de Fora, mas essas focavam apenas aspectos sócio-econômicos e fatos históricos. Verifica-se, dessa forma, que não há pesquisas centradas em questões relacionadas ao contato entre línguas. Assim, partindo do pressuposto de que toda língua atua como índice da identidade de seus falantes (LABOV, 1972, 1982, 1994, 2001), pode-se dizer que muitos dos elementos identitários dos povos germânicos acabaram se perdendo ao longo do caminho, uma vez que a(s) língua(s) não sobreviveu (sobreviveram) a
todo um processo de urbanização da cidade, bem como ao contato linguístico intenso com os falantes do português e de outras línguas de imigração. É neste contexto que se inserem as teorias de Castells (2006) acerca da noção de identidade, concebida como a fonte de significado de um povo. A partir dessa perspectiva, pressupomos que um dos fatores que provavelmente contribuiu para com o apagamento dos traços língua-cultura-identidade foi justamente a não identificação coletiva, i.e., a negação da identidade do outro, evitando o reconhecimento de si mesmo como um igual, como possuidor de uma mesma identidade.